Panamerican Congress

As iniciativas hemisféricas existentes têm se mostrado insuficientes ou inadequadas para esse fim. A Cúpula das Américas, por exemplo, reúne Chefes de Estado de toda a região. Mas essas cúpulas não conseguiram criar uma agenda política viável para atender às necessidades comuns.

Enquanto isso, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a instituição historicamente encarregada de administrar os assuntos do hemisfério, tem sido atormentada por escândalos que enfraquecem significativamente seu mandato.

Nesse vácuo de governança hemisférica, as forças de extrema direita criaram novas instituições, como a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), para promover uma agenda reacionária que ameaça as perspectivas de democracia, paz e ação climática em toda a região.

O Congresso Pan-Americano é uma resposta das forças progressistas da região, institucionalizando o diálogo entre líderes das Américas do Norte, Central e do Sul e do Caribe, com três objetivos principais:

Em primeiro lugar, o Congresso tem o objetivo de criar uma comunidade. Os parlamentares de toda a região estão entusiasmados com a cooperação hemisférica, mas não têm a rede necessária para alcançá-la. O Congresso reúne líderes regionais pela primeira vez para criar laços duradouros de confiança e colaboração.

Em segundo lugar, o Congresso tem o objetivo de criar uma agenda. A primeira edição do Congresso reuniu vários países com coalizões progressistas no governo. A convergência de valores e agendas progressistas facilita a formação de uma visão política compartilhada que os participantes levam para suas legislaturas nacionais.

Em terceiro lugar, o Congresso tem o objetivo de criar estratégias. O Congresso oferece um espaço para que os parlamentares compartilhem boas práticas e estratégias políticas bem-sucedidas nos parlamentos. Esse intercâmbio fortalece a visão estratégica dos delegados, ajudando a dar vida à sua agenda política.

Reconhecendo o destino compartilhado de todos os povos e nações das Américas, unidos não apenas por a nossa geografia, mas também pela história interminável de as nossas jornadas de colônias subjugadas a democracias soberanas;

Ressaltando a urgência das crises que ameaçam a nossa coexistência, enchentes e secas, fome e pobreza, fluxos de armas letais e migração forçada, a concentração de riqueza e o risco acelerado de conflitos e violência regionais;

Apreciando a disposição do Governo da Colômbia de facilitar esta reunião em Bogotá, unindo delegadas e delegados das Américas do Norte, Central e Sul e o Caribe para corrigir as desigualdades, injustiças e crises civilizacionais que ameaçam nosso hemisfério;

Defender nossas democracias, lutando contra a desinformação e a dominação tecnológica; a interferência estrangeira e formas perniciosas de lawfare; desafiando a oligarquia transnacional e as instituições que protegem os seus interesses; protegendo as liberdades civis e a integridade, transparência e acessibilidade de nossos sistemas eleitorais; desmantelando os sistemas de patriarcado e racismo estrutural; e promovendo novos direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais para todos os povos de nossas nações;

Forjar uma paz duradoura, por meio do diálogo e da diplomacia, opondo-se às políticas de guerras militares e econômicas que castigam e deslocam nossos povos; combatendo todas as formas de discriminação econômica, política, racial, sexual, de gênero, e cultural; desenvolvendo maneiras novas e justas de combater o crime organizado; promovendo processos de paz que tragam justiça às vítimas de conflitos; e construindo uma zona hemisférica de paz que possa resistir aos apelos por uma nova Guerra Fria;

Alcançar uma transição ecológica justa, combatendo a extração ilegal; defendendo nossos territórios ancestrais e populações vulneráveis; e financiando uma transição verde restauradora que decarbonize a economia, garanta a abundância de energia, e protega os direitos das pessoas indigenas, ao mesmo tempo em que responde às dívidas históricas que as nações desenvolvidas do hemisfério têm com seus países em desenvolvimento;